Devolver direitos<br>e rendimentos roubados
Num almoço na Amadora, realizado no domingo, 18, João Ferreira voltou a defender a devolução aos trabalhadores e ao povo dos direitos e rendimentos que lhes foram roubados.
PS e PSD continuam sem conseguir mostrar diferenças de fundo
Para o primeiro candidato da CDU, que participou num grande almoço no salão dos Bombeiros Voluntários da Amadora, a mudança que se impõe passa pela construção de uma política alternativa que coloque no centro da sua acção três vectores fundamentais: a recuperação para o País do que é do País; a devolução aos trabalhadores e ao povo dos direitos e rendimentos que lhes foram roubados; e o resgate do País da dependência face às imposições do exterior. Ou seja, precisamente o oposto do que PS, PSD e CDS têm feito nas últimas décadas e da «mudança» que o PS agora promete.
Quanto às promessas feitas na véspera por este partido, João Ferreira salientou que elas falam por si, tanto as que foram enunciadas como as que não constam no caderno de encargos para eleitor ver. No que respeita às primeiras, o candidato da CDU sublinhou particularmente a fidelidade do PS ao Tratado Orçamental, esse instrumento cozinhado por Angela Merkel, que dele disse servir para garantir que, mudando os governos, se mantêm as políticas.
Já no que se refere às omissões, João Ferreira chamou a atenção para o facto de o PS nada dizer sobre a devolução aos trabalhadores e ao povo do que lhes foi roubado nem acerca do abaixamento dos impostos sobre os trabalhadores, reformados e micro, pequenos e médios empresários. Baixar impostos, está visto, é só para os grandes grupos económicos, a quem PS, PSD e CDS – juntos, uma vez mais – ofereceram a redução da taxa de IRC.
O caso da Sorefame
O candidato da CDU, lembrando que PS, PSD e CDS estiveram juntos na preparação do caminho para a destruição da agricultura e das pescas nacionais, destacou o processo de desindustrialização levado a cabo em Portugal desde a entrada do País na CEE/UE. Na Amadora, particularmente, este processo tem no caso da Sorefame um exemplo gritante. A renovação e requalificação da frota ferroviária nacional, que não há muitos anos poderia ser feita no País, terá agora que ser realizada no estrangeiro, com implicações ao nível do agravamento do défice externo. E se assim é, é porque anteriores governos do PSD/CDS e do PS promoveram e facilitaram respectivamente a privatização e encerramento da Sorefame.
O candidato da CDU não se esqueceu de referir a carga policial, ordenada por um governo do PS, sobre os trabalhadores da Sorefame que, junto às instalações da empresa, procuravam salvaguardar os seus direitos impedindo a retirada de maquinaria. São deste calibre as «diferenças» entre o PS e os partidos do Governo.